fluminense.f.c

Criar uma Loja Virtual Grátis

brasileirão 2010

brasileirão 2010

Entre os tricolores, o tricampeonato brasileiro sempre foi uma verdade incontestável, afinal os títulos nacionais de 1970, 1984 e agora o de 2010, que classificaram o Fluminense à Libertadores do ano seguinte, são legítimos e reconhecidos pela CBF (ou CBD, que regia a competição antes da atual entidade).

Já outros, seja por desconhecimento histórico ou por mera rivalidade clubística, até as 19h do último dia 5, apregoavam que o Fluminense era detentor de um único título brasileiro.

Mas com a conquista nacional deste ano e a notícia de que a CBF passará a considerar os vencedores das extintas Taça Brasil (1959 a 1968) e Taça de Prata (1967 a 1970) como campeões brasileiros, como num passe de mágica, o outrora campeão, queiram ou não, tornou-se tricampeão do Brasil, glória alcançada somente por outras sete agremiações entre as milhares existentes no país.

O título de 1970 nunca deixou de ser reconhecido, como pensam alguns, apenas não era tido por uma incoerente CBF como um de seus Brasileiros, então para ela instituído em 1971, com a implantação de acesso e descenso.

A novidade, porém, traz algumas controvérsias. Até porque discordo, particularmente, da homologação da Taça Brasil como título brasileiro. A competição teve sua importância histórica à época e seus vencedores eram, de fato, os campeões nacionais. E assim sempre serão. Mas atribuir a ela peso semelhante a de um Campeonato Brasileiro me parece algo meio sem cabimento, vez que, disputada em sistema eliminatório, possuía o extinto torneio características semelhantes às da Copa do Brasil (com menos clubes grandes até), outro torneio nacional, disputado desde 1989.

Com um detalhe: a equipe campeã só disputava a edição seguinte a partir das semifinais, jogando apenas quatro vezes. Foi desta forma que o Santos, por exemplo, sagrou-se pentacampeão de 1961 a 1965.

Pode um clube ser considerado cinco vezes campeão brasileiro disputando somente 22 partidas em sua trajetória (quase o mesmo número de um turno do modelo atual)?

Não, não pode. E dona CBF está forçando uma senhora barra com isso, descaracterizando, com uma canetada, sua mais preciosa competição. Certo seria considerar como título brasileiro no período anterior a 1971 apenas os campeões do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (ou Taça de Prata), disputada por 17 clubes (16, em 1967), divididos em duas chaves.

A Taça Brasil? Continuaria tendo seu imenso valor. As agremiações que a conquistaram serão para sempre os campeões nacionais da época, só que por uma competição diferente do Brasileiro, como é a Copa do Brasil. Em nada as desmereceria, a meu ver.

Como exemplo, tomo o próprio Santos, que pode se autoproclamar eneacampeão nacional, com seus três Brasileiros, conquistados em 1968, 2002 e 2004, somados aos cinco títulos da Taça Brasil (1961 a 1965) e à conquista inédita da Copa do Brasil deste ano.

Mas, já tomada, a decisão mexe com a paixão de milhões e garante a polêmica que jamais deveria existir.

A não ser que a intenção seja mesmo essa.

***

Embarco sexta para São Paulo para participar da cerimônia de premiação do Prêmio Top Blog, do qual, só na primeira edição, ano passado, mais de 12 mil concorrentes disputaram o concurso, que premia os melhores blogs da Internet em 15 categorias.

O nosso Blog do Flu, graças aos seus milhares de leitores, está entre os três finalistas do prêmio na categoria Esportes. Independentemente do resultado final, ter chegado até aqui, graças ao seu reconhecimento, me emociona e faz com que meu compromisso com você só se acentue ainda mais ano a ano.

Seu carinho, sua crítica, seu parecer moldam este espaço e fazem este colunista atentar para a responsabilidade que tem perante milhares de leitores.

Por tudo isso, o meu sincero agradecimento a você.

***

Do balanço que fiz do elenco tricolor na temporada, faltou falar dos goleiros. Ricardo Berna (foto) fechou o ano em alta, invicto, e deve ter seu contrato renovado. Já Rafael em nenhum momento foi o jogador seguro do fim da temporada passada. Como Fernando Henrique, já desgastado, deverá ser procurado para uma rescisão amigável de contrato.

O ótimo Diego Cavalieri, ex-Palmeiras, seria a melhor das opções para a disputa da Libertadores. Mas se vier, é imperioso que esteja em boas condições físicas e técnicas. Porque Berna, com moral com a galera e com a comissão técnica, está madurinho para seguir com a camisa 1 tricolor.

***

Uma carreata em comemoração ao título brasileiro sairá do Largo do Machado neste sábado, dia 18. A concentração será às 11h, na igreja da praça, onde os carros deverão ser enfileirados pela Rua Gago Coutinho. A rota inclui os bairros de Lagoa, Ipanema, Copacabana e Laranjeiras, em frente ao clube.

Buzinaço e mais festa tricolor à vista. Tem que aturar!

***

Em boa entrevista concedida ao Extra, Conca revelou que quase pediu para deixar o Brasil, em 2007, quando ainda jogava pelo Vasco. “Eu me sentia um jogador muito ruim”, surpreendeu o craque, que, sob o comando de Celso Roth, foi para a reserva no primeiro treino, chegando a ficar oito jogos sem concentrar. “Não tinha a experiência que tenho hoje”, atesta o craque, que se descreve no passado como um jogador mais descompromissado. “Jogava relaxado, pensava em ganhar dinheiro. Hoje, não. Penso que futebol é alegria, paixão, me soltei mais”.

O craque do Campeonato Brasileiro deste ano contou ainda que já deixou de faturar muito dinheiro para ficar nas Laranjeiras, mas que trabalhar atualmente com Muricy está sendo um sonho. “Só saio se me mandarem embora”, disse o ídolo tricolor, sem se esquecer de outro treinador, Cuca, que segundo ele, em 2009, teve coragem de assumir um tremendo desafio e, para quem voltou mais preparado que no ano anterior. “O Fluminense tem que agradecer sempre a ele”.

***

Domingo, 12 de dezembro. Na Rua Teresa, pólo industrial de Petrópolis, passeio descompromissadamente, parando aqui e ali para uma prova ou outra de roupa. Nem era dos meus programas favoritos, mas o clima gostoso de fim de ano, sobretudo na Serra, fazia com que curtisse cada instante daquele dia.

Nada abalava meu humor. Lojas cheias ou não, lá estava eu pacientemente, ao lado da minha esposa, opinando sobre vestidos que escolhia com um sorriso no lábio. “Olha, amor! Gostou?”. A pergunta quase sempre era respondida com um sonoro sim. Se porventura eu não achasse bonito, culpava a loja, dizendo que esta não tinha modelos à sua feição. “Vamos em frente. Esta aqui não combina com você”.

Entre uma ou outra, via homens e mulheres com a camisa do Fluminense. Uma semana depois da conquista do tricampeonato o clima entre os tricolores não poderia mesmo ser outro senão de festa e euforia. “Parabéns, campeã”, disse a uma moça que cruzou por mim trajando uma camisa pólo e grená. A saudação foi seguida de uma expressão mista entre surpresa e felicidade.

Tudo estava bem, tudo estava ótimo. Nem me importei de a padaria não ter a versão light da Fanta Uva. “Me vê a normal mesmo”, disse ao vendedor. E foi assim, com uma lata de refrigerante na mão, que no ponto mais alto da famosa rua da Cidade Imperial avistei nada menos que seis cães, lado a lado, adormecendo no chão (foto fictícia, meramente ilustrativa).

Morri de dó. Imaginei, num primeiro momento, que fossem de rua e andassem em bando. Mas, não. Um pouquinho só mais à frente, num ponto recuado, um senhor de idade sentado sobre uma pequena mureta acariciava com ternura outro cão, de olhos e pelos caramelos, em seu colo. Minha aproximação foi quase magnética.

- Todos esses cães são do senhor?

- São, sim. Estes e outros.

- O senhor tem mais???

- Tenho nove.

Fiquei pensando como um velhinho tão humilde poderia alimentar nove cachorros.

- O senhor gosta muito deles, não?

- O amor dos animais é o que me mantém vivo, meu filho. Há 80 anos.

Emocionei-me na hora.

- Minha vontade era de acolher todos os que encontro pela frente – continuou

- Mas… Mas como o senhor faz para pegá-los? Não deve ser fácil…

- Estendo a mão com um pedaço de comida e pronto. É só dar carinho que também me dão.

A esta altura, já havia perdido Chris de vista.

- Por andar com tantos cachorros, o senhor deve ser muito conhecido por aqui, não?

- Sim, sim, quase todos me conhecem.

- Até o prefeito? – quis saber

- Até ele.

- Caramba, e o que ele acha do que o senhor faz?

- Diz que é muito bonito, que admira.

- Mas nunca ajudou?

- Não, não, isso não.

Aquele generoso velhinho era praticamente uma ONG ambulante, conhecido do prefeito, mas nunca nenhuma ajuda lhe fora dada. Causou-me certa indignação aquilo.

- Como o senhor faz para alimentá-los? – fui direto ao ponto

- De manhã e no fim da tarde abro aquele plástico com ração – disse, apontando para um imenso saco preto, daqueles de recolher lixo

- Mas é o senhor mesmo que compra?

- Não, não, minha filha é quem manda.

Por trás daquele velho altruísta existia uma grande mulher. Era um grande homem, afinal.

Pretinha, a mais velha, com inacreditáveis 25 anos, atravessa a rua e bebe água num pote deixado propositalmente pelo pipoqueiro.

- Todos a conhecem – disse o bom velhinho, de coração tão grande quanto o de Papai Noel

Já o meu transbordava felicidade.

- O senhor é um homem muito bom. É um enorme prazer conhecê-lo.

- Da mesma forma, meu jovem.

- Qual o nome do senhor?

- Sou conhecido como Baiano, embora tenha nascido em Recife

- Mas qual seu nome verdadeiro? – insisti

- Jesus.

Arrepiado, apertei sua mão com intenso prazer.

- Parabéns pelo que faz e por ser quem você é – disse, virando-me, quando já caminhava para ir embora.

Jesus sorriu e com um gesto agradeceu.

“O amor pelos animais é o que me mantém vivo”.

Aquilo não me saiu mais da cabeça.

Meio atônito, segui rumo e vi Chris a uns 50 metros acenando para mim.

- Onde estava?

- Com Jesus.

- Como?

- Deixa pra lá.

O destino acabara de me presentear com uma dessas almas maravilhosas que vagam por aí.

“O amor pelos animais é o que me mantém vivo”.

Um homem santo e abençoado cruzara meu caminho.

A vida não dita regras. Somos nós quem a fazemos.

Jesus com seu amor incondicional pelos animas fez as dele.

Ele só quer viver, como disse.

***

Volto segunda ou terça, contando as novidades do “Oscar da Internet”.

Levo no coração a torcida de todos vocês. Até lá!

__________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

E vai rolar a festa

 

qui, 09/12/10
por joao marcelo garcez |
 

 

Encerrada a temporada do futebol nacional, a torcida tricolor quer comemorar até o ano que vem a conquista do tricampeonato brasileiro. Uma grande festa vem sendo preparada pelos torcedores na Praça São Salvador, em Laranjeiras, para suprir a que foi cancelada, na Apoteose, devido às fortes chuvas. A celebração será neste sábado, a partir das 13h.

Camisa tricolor é mais que obrigatória.

***

Festa também em Juiz de Fora. Neste domingo, a partir das 15h, a Carreata do Título promete sacudir a cidade. A concentração será na Rua Dom Viçoso, em frente aos bares do Alto dos Passos. Carros, motos e até trio elétrico vão garantir a diversão dos tricolores.

É o arrastão do tri!

***

Muricy Ramalho é o grande papão de títulos brasileiros da década, com quatro conquistas. Eleito ainda pela quinta vez em seis anos o melhor treinador do campeonato, não titubeia em apontar a conquista com o Flu como a mais difícil entre todas. Demitido em fevereiro pelo Palmeiras, viveu um ano de emoções nas Laranjeiras, onde sofreu com contusões de seus principais jogadores, depois de abrir mão de treinar a Seleção. O título máximo coroa sua carreira e encerra com glórias a semana em que completou 55 anos de vida.

***

Conca é outro que arrebatou todos os prêmios que lhe eram possíveis na festa de premiação da CBF: melhor meia-esquerda, Craque da Galera (voto popular) e Craque do Campeonato. De quebra, ainda faturou a Bola de Ouro da conceituada revista Placar, que celebrou a 41ª edição do Prêmio Bola de Prata, iniciado em 1970, coincidentemente no ano do primeiro título brasileiro do Flu. Thiago Neves, em 2007, havia sido o primeiro jogador do Flu a faturar o prêmio de melhor do campeonato pela revista.

***

Os números não mentem. A defesa do Fluminense, além de menos vazada (36), é a menos faltosa deste Campeonato Brasileiro. Ao menos dentro da grande área, onde apenas um pênalti foi marcado contra o time – e logo na primeira rodada, cometido por Cássio, que pouco jogou (2).

Para uma zaga até com certa limitação técnica, passar o campeonato inteiro praticamente sem cometer faltas na área é algo que certamente tem a ver com o competente trabalho de Muricy, que manteve o guerreiro Gum mesmo depois de algumas bobeadas e encheu Leandro Euzébio de confiança, ao apontá-lo como o melhor zagueiro em atividade no futebol brasileiro. Já o desengonçado André Luis, presente nos jogos em que o time atuou no 3-5-2, como os titulares, compensa tudo com muita garra em campo.

***

Mariano (foto) viveu o melhor ano de sua carreira. Suas atuações lhe renderam uma inédita convocação à Seleção Brasileira. Teve uma queda natural de rendimento no returno, como a maioria do time, mas foi novamente decisivo na reta de chegada, recebendo, merecidamente, o prêmio de melhor lateral-direito do campeonato.

Já Carlinhos, vice-campeão-paulista com o Santo André, encheu os olhos dos torcedores logo nas suas primeiras atuações, como na goleada por 3 a 0 sobre o Avaí na Ressacada. Uma lesão fez com que perdesse a vaga para Júlio César, que nunca caiu nas graças da torcida. Mas a oportunidade ressurgiu, e Carlinhos fechou o ano em alta, participando e marcando gols decisivos nas últimas rodadas.

***

Titulares na arrancada do fim de 2009, Diogo e Diguinho consolidaram-se como a dupla de volantes ideal. Incansáveis na marcação, gozam de privilegiada condição física, mas Diguinho se diferencia do companheiro na saída de bola e na qualidade do passe. Valencia e Bob também jogaram muito e foram igualmente importantes. O colombiano foi o melhor em campo no jogo decisivo com o Guarani.

***

Conca conseguiu render ainda mais com o agora tetracampeão Muricy. Sob seu comando, o craque argentino passou a jogar mais perto dos atacantes e até a arriscar mais chutes a gol, o que antes fazia timidamente. A evolução neste fundamento rendeu-lhe a artilharia do Flu na competição, com nove gols, e o título inconteste de craque do campeonato.

Já Deco sofreu um pouco para se readaptar ao futebol brasileiro. Com muitos anos de Europa, de futebol mais cadenciado, sentiu nitidamente a velocidade do jogo no Brasil. Fez boas partidas, mas suas atuações ficaram muito aquém da expectativa criada para um jogador que disputou duas Copas do Mundo.

Reserva imediato, Marquinho (foto, abraçado com Emerson) driblou a desconfiança da torcida (e deste colunista) esbanjando vontade em campo. Tipo de jogador polivalente, caiu no gosto de Muricy por jogar de meia, lateral e até de ponta em alguns momentos. Seu gol contra o Coritiba ano passado ganhou importância redobrada com a conquista.

***

No ataque Fred se viu envolto com sucessivas lesões e pouco jogou. O título premia aquele que foi o grande nome da arrancada do ano passado. Émerson jogou até menos (11 vezes), mas teve ótima média (8 gols, quase um por jogo) e entrou para a história ao marcar o gol único da decisão.

Com Fred fora de combate, Muricy pediu a volta de Washington (foto), que andava encostado no São Paulo. O Coração Valente marcou duas vezes em sua reestréia pelo clube, mas apenas seis vezes nas outras 25 partidas que jogou. Parece não ser mais o jogador oportunista de outrora, mas a conquista também lhe é merecida por sua participação efetiva na Libertadores de 2008, que lhe escapou.

Rodriguinho e Tartá (este na reta final) também foram importantes na caminhada vitoriosa. Marcaram gols decisivos em momentos que Muricy não podia contar com suas principais estrelas. Fecham o ano como boas opções para o banco em 2011.

***

Abri falando dos pênaltis marcados contra o Fluminense, mas poucos também foram os marcados a favor: apenas quatro em 38 jogos. E olhe que o primeiro só aconteceu na 17ª rodada, no empate em 2 a 2 contra o São Paulo, desperdiçado por Washington.

Os outros três foram marcados no triunfo por 2 a 1 sobre o Vitória (25ª rodada) e nos empates com o Atlético-PR (31ª) e Goiás (35ª), todos convertidos por Conca, que se tornou o batedor oficial no curso da competição.

***

É Pedro Bial quem garante: o tricampeonato brasileiro do Fluminense será legitimado mês que vem, na CBF. “Minha fonte é quente”, disse em sua coluna do Globo.

A conferir.

_____________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

Eterno campeão

 

seg, 06/12/10
por joao marcelo garcez |
 

 

O Flu tem dessas coisas. É campeão. Eternamente campeão.

Foi suado. Foi sofrido. Não há conquista sem sacrifício.

Uma torcida fanática, então carente de grandes títulos. Então, escrevi.

Porque, também então, o Flu reencontra seu caminho de glórias.

Glorificado, predestinado a nos emocionar. Assim é o Flu. Como não amá-lo?

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.

Fernando Pessoa, escritor de boa cepa, sabe tudo. E um pouco mais.

Inesquecíveis são eles, os momentos, as pessoas…

Somos nós, torcedores tricolores, escandalosamente campeões.

Temos Conca, o Rei, milhões aos seus pés.

Súditos de sangue, suor e lágrimas.

Nós fizemos o Time de Guerreiros.

O título máximo do futebol brasileiro pode – e deve – ser creditado também à massa pó-de-arroz, guerreira de corpo e alma.

Superação.

O Fluminense resumido em uma palavra.

Não haverá história igual a essa.

O Flu a escreveu, lavrou em cartório e escondeu a chave.

É impressionante, meus amigos!

O Flu tem disso. Mas só o Flu tem disso.

Desafia a lógica, os matemáticos e até o mais criativo dos dramaturgos.

Sobrenatural de Almeida desta vez jogou a favor.

Não é ele o imponderável?

Lágrimas de esguicho.

Não foi chuva que cobriu o Rio após o triunfo.

Foi o choro sagrado de Nelson Rodrigues.

“Uma torcida não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão”.

Assim discorreu o Profeta.

Até disso tem o Flu. Desses escritores maravilhosos…

Tem também de Muricys e Cia. Retidão de caráter e de profissionalismo.

Júbilo tricolor. A prometida viagem maravilhosa.

Ave, Cuca! Você também tem tudo a ver com ela.

Com a redenção tricolor, com esta nova era.

O Fluminense é absurdamente apaixonante.

Só sendo pra saber.

“Se quereis saber o futuro do Flu, olhai ao seu passado”.

A profecia foi cumprida.

***

Vou pra festa. Hoje estarei na premiação da CBF.

Quarta a gente se encontra.

Parabéns, tricolor! Você merece muito.

_____________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

Solte o grito: tricampeão!!!

 

dom, 05/12/10
por joao marcelo garcez |
 

 

Tricolor, faça a festa e deixe aqui seu comentário sobre a grande conquista do Fluminense, que coroou a fantástica trajetória do Time de Guerreiros. A coluna vai ao ar amanhã, ainda durante a comemoração da massa pó-de-arroz, que não tem dia nem hora pra acabar.

O dia da redenção

 

qui, 02/12/10
por joao marcelo garcez |
 

 

No futebol ou em qualquer outra modalidade, quando de uma profunda transformação de uma equipe, culminando numa volta por cima, é comum vermos na crônica esportiva brasileira matérias metafóricas sobre um personagem da mitologia grega que renascia das próprias cinzas. A ave Fênix, ao fim de cada ciclo de 97,2 mil anos, queimava-se numa pira funerária, mas, fabulosamente, de seus próprios restos mortais, tornava para uma nova era.

Não, meu querido e ansioso leitor (e dá pra não estar?). Não pretendo comparar o Fluminense à Fênix. Salvo engano, já o fiz noutra ocasião e, de mais a mais, cansaria você com uma história já pra lá de batida e decantada. Contudo, não precisei ir muito longe para encontrar outro personagem que se assemelhasse à transviada trajetória tricolor dos últimos tempos. A águia, da mesma espécie, é a personificação contemporânea do Tricolor.

Diz-se ser ela a ave de maior longevidade entre todas, podendo viver até 70 anos. Mas para chegar lá, aos 40, precisa tomar a decisão mais difícil de sua existência. É, pois, com esta idade que a águia já apresenta dificuldades para caçar e agarrar suas presas, dado o comprimento e a flexibilidade de suas unhas. Pouco até perto do que acontece com suas asas já envelhecidas e pesadas, que apontam contra o próprio peito, como o bico, longo e pontiagudo, que também se curva. É o fim praticamente!

Mas há uma única e arriscada chance de sobrevivência. Para isso, a águia tem de optar por um dolorido processo de renovação, que dura até cinco meses: voar para o cume de uma montanha e, lá, se recolher num ninho em que não mais precise bater asas. A ave passa então a chocar o bico contra uma parede até quebrá-lo. É quando se dá o início do nascimento de um novo, com o qual arranca suas unhas, que, quando trocadas, são usadas na retirada das penas velhas.

Lenda ou não, a história acima faz deste Fluminense uma espécie rara entre todos os outros do futebol brasileiro. O clube não renasceu das cinzas como a Fênix, embora quase tivesse mesmo morrido nos obscuros anos 90 por responsabilidade de seus próprios dirigente, que preteriam o Departamento de Futebol de um cenário em que fora este o grande carro-chefe de sua vasta e gloriosa história.

Foi na década perdida, portanto, que o Fluminense viu suas garras definharem, suas asas se tornarem pesadas, e o bico, curvado. O Tricolor havia perdido o frescor da juventude, a força de suas ações e se tornara presa fácil de predadores até nem tão grandes quanto ele.

Fez então a sua escolha. E subiu ao cume. Correu riscos, aceitou a transição. Sofreu, penou um bocado a ave tricolor. O período fora por demais sacrificante. Conjecturou-se até que, combalida, de lá não mais sairia. O cume, gélido e sombrio, seria para sempre o guardião de seus restos mortais.

Mas não. Não era uma águia qualquer que se achegara. Gigante, monumental, recusava-se a morrer. Sob o clarão radioso, um belo dia bateu asas e voou. Estava forte, muito forte. Fizera uma escolha maravilhosa. Esbelta e arrasadora, a águia tricolor fora ao encontro de seus adoradores em três cores, que, como ela, também se renovara.

Pousará no centro do Estádio Olímpico João Havelange. Desejos infinitos, corações em sobressalto, de quem por ela tanto esperou.

Uma águia fenomenal, titânica.

Abra as asas sobre nós.

Uma nação te aguarda. Ansiosa.

O dia da redenção demora uma eternidade…

***

Arte: Gilberto Zavarezzi.

***

“Aonde quer que eu vá digo a todos que a torcida do Fluminense é o melhor do mundo”.

Romerito era uma espécie de coração da águia, raro e identificado com a freqüência de seus batimentos, que acelerava à medida que a ave ia alçando vôos ainda maiores. Era um órgão vital para o sucesso de suas missões.

Muitas homenagens lhe têm sido rendidas nas últimas semanas. Apaixonado pelo Flu, Romerito estará na decisão.

O coração da águia já lhe pertencera, afinal.

***

Uma semana enorme para a torcida tricolor. Tão grande quanto o número de e-mails que chegaram ao meu correio eletrônico em poucas horas. Ronaldo Braga, por exemplo, escreve de Brasília para contar que no último título brasileiro do Flu, em 1984, estava acampado com a FAB em meio à selva amazônica, com uma camisa tricolor a tiracolo. A frustração com a distância da decisão foi compensada com gozações sobre o comandante do helicóptero da missão. Conta aí, Braga!

“João, o último título eu ouvi, não vi, pois estava acampado em uma missão da Força Aérea Brasileira no meio da Amazônia Legal. Sou piloto de helicóptero, e estávamos dando apoio ao Exército nas demarcações da fronteira. O comandante era flamenguista, mas teve que me aturar naqueles dias. Levei uma camisa do Flu pro meio do nada e a usei com o maior orgulho.

“Hoje também sofro e torço. Sei que o Flu entrará muito nervoso, do mesmo jeito que vi o Fla jogar contra o Grêmio no ano passado. As pernas tremem. Os passos serão até mais firmes e decididos, se o Guarani aparecer com garra para buscar uma mala branca, preta ou azul. Isso sim fará acordar os líderes do grupo.

“Acho que será um jogo nervoso, mas espero por essa vitória e uma Libertadores ainda mais difícil”.

***

Na Europa, também bem longe do Rio de Janeiro, Claudio Henrique é outro que promete fazer loucuras em caso de conquista tricolor.

“João, a confirmar o título, levarei a bandeira do Fluzão no ponto mais alto de Portugal, na Serra da Estrela, e a enviarei ao Brasil”.

***

Aconteceu de novo. Dois anos depois do caos em que se transformou a venda de entradas para a final da Libertadores, a Farra dos Ingressos ganhou nova versão nesta decisiva partida do Campeonato Brasileiro. Fora a vergonhosa majoração dos valores, de um oportunismo barato, a baixaria continuou rolando solta com gente de dentro do clube, felizmente de saída, armando para faturar um por fora.

O esquema de desvio de ingressos é tão bem articulado que diretores do clube o remetem a lojas de outros estados, para faturar com ágio. É o caso de uma loja de material esportivo conhecidíssima em Juiz de Fora (MG), que, graças a um “acesso livre” à diretoria do Fluminense, consegue ingressos facilitados com alguém de grande influência nas Laranjeiras e publica excursões na cidade.

Antes mesmo da estipulação dos valores dos bilhetes, sob a justificativa de que conseguira 200 ingressos do clube a R$ 160,00, a loja divulgava uma excursão que sairá, no mínimo, a R$ 300,00. Um lucro tremendo, que tira do cidadão de bem o direito de adquiri-lo ao valor comum.

A polícia de Juiz de Fora foi procurada para a denúncia do crime.

***

Nas filas desordenadas e quilométricas no Rio, caos (um homem de 52 anos morreu ao passar mal) e mais bandalha, testemunhada pela torcedora Chelly Sampaio, que aguardou horas por um ingresso em São Cristóvão.

“João, jamais imaginei que passaria por tamanha falta de respeito e desorganização na longa e dolorosa manhã de hoje. A fila, enorme, se estendia até a Rodoviário Novo Rio, via Francisco Bicalho, em direção à fábrica de asfalto.

“Cheguei cedo, por volta das 6h30, mas, mesmo assim, a fila já era muito grande. Fiquei na curva de entrada do Campo de São Cristóvão, próximo àquela unidade do Colégio Pedro II. Mas foi lá pelas 10h que as coisas começaram a ficar complicadas. Com a abertura dos guichês, o caos se instalou.

“Lá pelo meio-dia, ao ver que a fila não andava, resolvi chegar perto das bilheterias, já que muitas eram as informações desencontradas. A PM, a mesma de quem nos orgulhamos no episódio da tomada do Complexo do Alemão, cruzava os braços e assistia ao tumulto de longe, deixando o circo pegar ainda mais fogo. Já a Guarda Municipal, acredite, colocava os cambistas na fila, à frente de torcedores que aguardavam por horas.

“Fiquei por mais meia hora em frente à bilheteria observando toda aquela zona. Pude ver que as mesmas pessoas permaneciam por muito tempo nas bocas dos guichês, comprando milhares de ingressos, sob as barbas da PM e GM. Pior: colaboravam para a bagunça, ao formar uma segunda fila no estacionamento, só deixando entrar os que molhavam as mãos dos guardas.

“Por fim, com muita tristeza, dor no corpo e na alma, voltei pra casa sem meus ingressos. Desisti da fila, mas não do Flu. Irei para as Laranjeiras após o jogo. Lá ao menos não precisarei comprar ingressos.”

***

A torcida do Fluminense planeja colorir o Rio de Janeiro para mostrar à população carioca toda a sua força e paixão pelo clube das “cores que traduzem a tradição”. A idéia é criar um clima de Copa do Mundo, com camisas e bandeiras pelas janelas, para fazer a festa do possível tricampeonato brasileiro.

Vamos nessa!

***

Outra idéia sugerida pela torcida tricolor envolve o uniforme do time para a partida de domingo. Parte dela sugere que o os jogadores entrem em campo com uma camisa com os dizeres “Ame o Rio”, repetindo o que já fez em 1995, face aos episódios bélicos envolvendo os serviços de inteligência contra o narcotráfico, que vêm ocorrendo na Cidade Maravilhosa.

***

O Blog do Flu saúda e cumprimenta o advogado Peter Siemsen, eleito com 1726 votos o novo presidente do Fluminense Football Club para o triênio 2011-2013.

Que seja uma era de glórias, conquistas e, principalmente, avanços estruturais.

A coluna estará acompanhando o passo a passo da administração de Peter, sem esquecer-se das promessas de campanha, como Centro de Treinamento, Museu do Fluminense, redução da dívida, Marketing, Projeto Olímpico, entre muitas outras, feitas ao longo de toda a sua campanha.

Bem-vindo, Peter! É hora de “revolucionar o Flu”.

***

Vale (muito) a pena ver de novo (para aumentar a ansiedade).

https://www.youtube.com/watch?v=m4_J4QUUE18

***

Clique aqui para votar em Conca, que concorre mais uma vez ao Troféu Craque do Brasileirão.

https://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/craque-da-galera/index.html

***

Deco, com lesão na coxa, e Tartá, suspenso, estão fora da decisão. Muricy deverá escalar Fernando Bob no meio, dando ainda mais liberdade para Mariano e Carlinhos, que, como Conca, terão a função de municiar o poderoso ataque tricolor, formado por Émerson e Fred, para liquidar a fatura o mais cedo possível.

Domingo há de ser um dia de festa. Não de sofrimento.

***

“A melhor forma de predizer seu futuro é criá-lo”.

__________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

Espelho de muitas vidas

 

dom, 28/11/10
por joao marcelo garcez |
 

 

Corinthians e Cruzeiro não podem mais vencer o Brasileiro.

O Flu, sim, é que pode perdê-lo.

Com uma mão na taça, o time enfrenta o Guarani, rebaixado após a goleada pro Grêmio, em Campinas.

Peru não morre de véspera, sabemos todos, mas o que esperar do Bugre, de quem o Flu perdeu no Turno, senão turismo no Rio de Janeiro.

O Fluminense nunca esteve tão perto do tão sonhado tricampeonato brasileiro.

Uma vitória domingo no Engenhão coroará a saga do Time de Guerreiros, escrita a penas tricolores desde a arrancada de 2009.

Só mesmo uma catástrofe parece poder tirar o título do Fluminense.

Que não pode arriscar a sorte com outra atuação modesta como a de Barueri, contra o Palmeiras.

Diferentemente do jogo contra o São Paulo, o Flu cadenciava a bola, como se numa partida de casados e solteiros.

Leandro Euzébio incorporou o espírito e deu de bandeja pra Dinei, que fez o que não faria se estivesse realmente precisando vencer.

O “pombo sem asa” venceu Berna e pôs o Palmeiras em vantagem logo no início.

O Flu demorou a pôr os nervos no lugar e só começou a jogar quando Carlinhos fez um golaço da entrada da área, o terceiro dele no campeonato.

A partir daí o jogo passou de casados e solteiros a ataque contra defesa.

Deola pegava até pensamento, irritando sua própria torcida, que, a esta altura, já sabia da vitória parcial do Corinthians.

O 1 a 1 no placar dava a liderança momentânea ao time alvinegro.

Deco, discreto como a maioria, sentiu a coxa direita e saiu aos 31.

Tartá, que entrou em seu lugar, não imaginaria que mais uma vez seria o herói da partida.

O atacante levou o terceiro amarelo, no começo do segundo tempo, e não joga a decisão.

Salvaram-se Euzébio, Deco, Conca (vote aqui ao Craque da Galera), Fred e Washington (desta vez não entrou), que também estavam pendurados.

Emerson sentia o ritmo, mas não deixava de brigar, marcante característica sua.

Foi premiado com a jogada do gol da virada, aos 13. Deola defendeu seu chute, mas Tartá, com a calma de um veterano, amansou a bola em vez de pegá-la de primeira.

Chute preciso no canto esquerdo e festa em toda a Arena Barueri. Toda mesmo.

A torcida alviverde, decepcionada com a eliminação da Sul-Americana, foi ao estádio torcer por uma derrota de seu time, que prejudicaria o rival Corinthians.

A partir daí o jogo caiu num terrível marasmo e voltou a lembrar a tradicional pelada de casados e solteiros.

Fred, em dia de Washington, e Gum ainda perderam chances claras.

Com motivações antagônicas, ambos já queriam o fim da partida.

O Palmeiras não entregou, como sugeriram, mas não se empenhou para ajudar o rival, o que é bem diferente. Ou as defesas de Deola eram de quem estava a fim de entregar alguma coisa?

Vasco, contra Cruzeiro e Corinthians, idem.

O campeonato chega à última rodada com três clubes em condições de conquistá-lo.

A festa ficou para o dia 5. Dele não passa.

A torcida tricolor, que não se cabe de tanta ansiedade, sabe muito bem disso.

O novo épico há de ser agora.

***

“Prezado João,

“Primeiramente, gostaria de dizer que sou leitor assíduo de sua coluna. Já o acompanho faz tempo, lendo seus comentários inspirados e pertinentes antes e depois dos jogos do nosso querido Flu. Entretanto, só agora “tomei coragem” de escrever, impulsionado pelos acontecimentos e coincidências que a vida de vez em quando nos presenteia, nos fazendo pensar e, por que não (permita-me), filosofar…

“Sou oficial da Marinha do Brasil, do Corpo de Fuzileiros Navais, e atualmente me encontro em intercâmbio nos Estados Unidos, junto aos Marines (Fuzileiros Navais norte-americanos). Moro no Rio de Janeiro e, como já deve ter percebido, sou um tricolor apaixonado (que, graças à “santa internet”, tem tentado de todas as maneiras acompanhar o Flu). Acabei de chegar do Deserto de Mojave, na Califórnia, onde observei um treinamento de guerra para os militares americanos que irão para o Afeganistão. Infelizmente, ao mesmo tempo, existe um grande conflito aí no nosso Rio de Janeiro, onde, aliás, a Marinha do Brasil, com o seu Corpo de Fuzileiros Navais, tem galhardamente auxiliado as forças estaduais nessa contenda com os criminosos.

“Até agora, você deve estar imaginando: e o que isto tudo (guerra, batalha, conflitos) tem a ver com o Fluminense…? Explico: para mim, o esporte (e particularmente o futebol) é uma das melhores metáforas da vida; nele você encontra derrotas, vitórias, sofrimento e alegria. E o que estes jogadores do Flu – que a torcida e a imprensa passaram a identificar como guerreiros – realizaram, do final de 2009 para cá, por si só já representa um feito épico. E não me prendo a resultados, pois, para mim, mesmo que o rodriguiano “Sobrenatural de Almeida” resolva entrar em campo e o título brasileiro deste ano não se concretize (toc, toc, toc) o atual plantel do Fluminense já pode se considerar um grande vencedor. Esse time de guerreiros, que tem como comandante um profissional ético e sério, vem dando uma lição de superação. Não obstante os diversos óbices (contusões e conflitos administrativos), ele vem enfrentando as batalhas com honradez e brio, sabendo aprender com as vitórias e, principalmente, com os fracassos. Já é lugar-comum, mas vale ainda frisar que este grupo foi forjado indelevelmente por aquela improvável guerra contra o rebaixamento, conseguindo um feito simplesmente extraordinário. Agora, um ano depois, no extremo oposto, está lutando para atingir a glória de alcançar o título de maior expressão do Brasil.

“Assim, como militar que sou, penso nas várias batalhas do nosso cotidiano, nos seus mais variados níveis e, talvez como uma fuga momentânea, volto meu pensamento para os guerreiros tricolores… A trajetória do Fluminense, neste último ano, é o espelho de nossas vidas: muitas vezes vencemos, muitas vezes fracassamos, mas, devido a isto, a este turbilhão de emoções, surge o mais importante: estamos vivendo. Pois, como dizia o saudoso roqueiro baiano, “é de batalhas que se vive a vida”… Assim, meu caro João, finalizo com o desejo que, no futuro, seja no mundo ou no nosso Rio de Janeiro, as batalhas sejam somente na esfera do esporte; e que o Fluminense, como instituição secular, continue ofertando a seus torcedores esses exemplos de tenacidade e perseverança”.

Saudações tricolores

Forte abraço e adsumus*

Carlos Jorge de Andrade Chaib

Capitão-de-Fragata Fuzileiro Naval

* Expressão em latim que significa “aqui estamos”, lema dos Fuzileiros Navais do Brasil, que reflete a presteza e o permanente estado de prontificação de nossa tropa.

_________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

Marcha dos Guerreiros

 

qui, 25/11/10
por joao marcelo garcez |
 

 

Unidos por uma paixão inquebrantável e aguardando como nunca o dia da redenção, milhares de tricolores estarão domingo na Arena Barueri, para o espetaculoso confronto contra o Palmeiras, que vem de inesperada eliminação na Sul-Americana. A nação tricolor no Rio, no Brasil e em vários cantos do planeta está forte e mobilizada, tomada por um sentimento quase impossível de ser freado.

Para soltar o grito de campeão, o Fluminense torce por uma derrota do Corinthians, no Pacaembu, e um tropeço do Cruzeiro, em Volta Redonda, resultados que, somados à vitória tricolor em Barueri, darão o título antecipado ao clube.

Mas ainda que o campeonato não se decida nesta rodada, empates de Cruzeiro e Corinthians também deixariam o Tricolor com uma mão e meia na taça. Com essa combinação, a briga ficaria restrita a Flu e Corinthians, com enorme vantagem para o primeiro, que dependeria apenas de um empate contra o Guarani para chegar ao tri.

Para o duelo contra o time de Luiz Felipe Scolari, Muricy Ramalho deverá repetir a escalação que começou o jogo contra o São Paulo. Mas se não retardar mais uma vez sua volta, Émerson poderá ocupar o lugar de Washington no ataque, jogando, enfim, ao lado de Fred, formação idealizada pela comissão técnica desde que o Sheik chegou às Laranjeiras. Juntos, Fred e Émerson jogaram menos de 45 minutos neste campeonato (Clássico Vovô do Primeiro Turno).

A “estréia” do ataque titular na penúltima rodada é, por sinal, só uma pequena prévia dos inúmeros problemas tidos pelo Fluminense ao longo da temporada. E se hoje o clube está onde está, é porque conta mesmo com um elenco de muita garra, fibra e atitude.

Exatamente como deverá se apresentar domingo neste jogo de vida ou morte contra o Palmeiras.

Ou de taça.

***

Eminente e peregrino esse argentino Conca.

Jogador de rara habilidade, tem na humildade uma de suas grandes virtudes.

Outra só é notada quando tem a bola nos pés, craque que é.

Craque e humildade, por sinal, são palavras que não costumam combinar.

Mas Conca é diferente.

Discreto, reservado e avesso a badalações

O que faz dele um ídolo tricolor quase perfeito.

Quase porque, até há pouco, era ainda questionado por tricolores mais desconfiados.

“Conca não é jogador de decisão”, bramiam.

Para estes, os gols contra Boca Juniors e LDU na Libertadores pouco representaram.

O título de craque do Brasileiro passado, pelo voto popular, também não lhes deve ter parecido algo significativo.

Mas em 2010, Conca desponta como favorito absoluto a craque do campeonato, não só pelo voto popular, como por profissionais da área.

Superando-se, Conca jogou TODOS os jogos do Brasileiro até aqui.

Decidiu a maioria.

Sobretudo os últimos, na reta final, na hora da decisão.

Só contra Grêmio, Atlético-PR, Goiás e São Paulo, jogos-chaves da campanha, o argentino fez seis gols – e, sabe-se, nem bem é essa sua primeira função.

Porque nesta, a de servir, ele é absoluto, sem igual.

Nada menos que 18 gols dos 59 marcados pelo Flu até aqui saíram dos magistrais pés de Conca.

Que somados aos nove que marcou totalizam 27, quase a metade.

Conca é, disparado, o campeão de assistências do campeonato.

É também o goleador do Flu, com um a mais que Washington.

O que mais esperar de Conca?

Que levante a taça, é claro!

No santuário tricolor, Conca será para sempre lembrado como o guerreiro-mor da possível conquista tricolor.

Como Romerito, o ídolo paraguaio, em 1984.

O pequeno gigante é fera.

Prodigioso, extraordinário.

E inegociável.

Ilusionista da bola, Conca é pura magia.

E magia, você sabe, não se vende.

***

Arte: Rogério Domingos.

***

Para votar em Conca para craque do Campeonato Brasileiro, clique aqui.

https://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/craque-da-galera/index.html

Vale o bi.

***

Vivendo a maior seca de sua carreira, o atacante Washington tem a torcida do próprio elenco para fazer o gol do possível título, dia 5, no Engenhão. Uma recompensa por seu profissionalismo, dedicação e, principalmente, histórico de vida, em que chegou a ser desenganado por médicos para o futebol.

A insegurança, principalmente, tem atrapalhado o Coração Valente a voltar a balançar as redes. Seus dez gols no campeonato (dois pelo São Paulo) foram marcados nas 21 primeiras rodadas, quando tinha então a média de um gol a cada duas partidas, boa para um jogador de 35 anos, que chegou para suprir a ausência de Fred, machucado gravemente no Clássico Vovô do Primeiro Turno.

Mas foi a partir da volta de Fred, na 28ª rodada, quando Washington já estava há seis jogos sem marcar, que este passou a usar a camisa 99, vez que a 9 tivera que ser devolvida ao capitão do time. A seca continuou, mantém-se até hoje e tricolores mais supersticiosos passaram a atribuí-la então ao novo número do jogador.

Pensando nisso, o leitor Arthur Kölblinger lançou a campanha “Washington, veste a 84” (arte), ano do último título brasileiro do Flu, que consagrou um atacante homônimo ao Coração Valente. Seria uma forma de homenagem também toda a geração tricolor daquela década de ouro.

Veste a 84, Washington!

***

Na próxima terça-feira o Fluminense elegerá um novo presidente. Durante todo o dia (das 8h às 20h), sócios em dia com seus direitos estatutários estarão aptos a votar no dirigente que comandará os rumos do clube pelo próximo triênio.

As recentes descobertas de que eleitores fantasmas estariam entre os habilitados ao voto, sendo o mesmo negado a sócios com suas mensalidades em dia, abalam o processo e põe sob suspeita o seu resultado.

Assim, torna-se imperioso o acompanhamento do Ministério Público para garantir a legitimidade do pleito e a segurança dos associados.

Bom voto e felicitações ao futuro presidente tricolor!

***

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

Depois de escrever aqui há dois anos que funcionário da fábrica da Volkswagen dissera a amigo da coluna que o Fluminense não tinha um ônibus estilizado simplesmente porque não o requisitara, finalmente – e em ótima hora – o clube o fez.

A arte, caprichada, é de Gilberto Zavarezzi, autor de algumas das telas publicadas neste Blog do Flu.

***

Flávio, atacante tricolor no primeiro título brasileiro da história do clube, em 1970, é o convidado da série “Ídolo tricolores”, produzida por Valterson Botelho, que o Blog do Flu vem divulgando com enorme satisfação.

https://www.youtube.com/watch?v=32RNUGQypU4

***

Richarlyson deverá ser o primeiro reforço do Flu para a Libertadores-2011.

Aprova? Sim ou não? Escreve aí e diz o que achou.

***

Com autorização do Vaticano, João Paulo II foi oficializado padroeiro do Fluminense em cerimônia realizada na sede das Laranjeiras.

Nosso povo te abraça.

***

“O já ganhou é um estado da alma muito brasileiro” [Nelson Rodrigues]

_________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

Entrega para o tri

 

dom, 21/11/10
por joao marcelo garcez |
 

 

É linda a história que o Fluminense vem escrevendo nos últimos 12, 13 meses. Desafia a lógica, remete a pensamentos lúdicos, contos de fada… Com a bravura de um leão açoitado, livrou-se do calabouço, que decerto o arruinaria, para chegar à 36ª rodada do campeonato seguinte com uma vaga à Libertadores assegurada e batendo à porta do paraíso, restando dois últimos e decisivos passos.

E graças ao seu louvável desempenho, de açoitada, a fera passou à idolatrada, como pelos quase 20 mil tricolores presentes à Arena Barueri. Vitória do Flu aliada a um tropeço do Corinthians em Salvador significava mais uma retomada do time de Muricy Ramalho à ponta em momento crucial (o time liderou 21 das 36 rodadas até aqui), o que agradava a gregos e troianos, isto é, a tricolores cariocas e paulistas, que torcem contra o rival, principalmente no ano em que este completa 100 anos de fundação.

Mas dentro de campo a rivalidade local foi esquecida e o que se viu foi um adversário disposto a complicar o Flu, que, há dois anos, com o jovem Tartá, estragou o plano são-paulino de comemorar em casa, de modo antecipado, o tricampeonato brasileiro. Uma defesa milagrosa de Ricardo Berna impediu que Lucas Gaúcho empatasse o clássico quatro minutos depois de Gum ter aberto o placar, em cabeçada fulminante. O zagueiro, que pedira a Deus para marcar o gol do título, teve seu desejo parcialmente atendido, já que foi dele, após cruzamento de Conca, o gol que abriu caminho para a vitória que devolveu a liderança ao time.

Mas foi também numa infelicidade de Gum que o São Paulo empatou o jogo, ao tentar interceptar um cruzamento de fundo pela direita. Rogério Ceni fazia grande atuação pelo lado de lá, e Deco pelo lado de cá, sem dúvida, a melhor desde sua volta ao Brasil. Mas a bola, teimosinha, repetia o segundo tempo de domingo passado.

Mas também como naquele segundo tempo, o Fluminense tinha Conca em campo. E como quem tem Conca tem tudo, foi mais uma vez dele, do craque argentino – e do campeonato, certamente –, o gol do desafogo, aos 29, quando o São Paulo já jogava com nove, após justas expulsões de Xandão e Richarlyson.

Fred, pegando rebote de chute de Conca, fez o terceiro, o que não acontecia desde o empate com o Grêmio Prudente, no Maracanã, em 15 de julho. E Conca acertou um tirambaço da intermediária fazendo o quarto da goleada tricolor, coroando sua atuação com participação em todos os gols (arte: Ricardo Lima).

***

Diguinho e os laterais Mariano e Carlinhos também merecem registro por suas participações efetivas na partida. Já Washington, que completou 14 jogos sem marcar, por seu histórico profissional e de vida, deve ser poupado de maiores constrangimentos. Ninguém lastima tanto o péssimo momento quanto o próprio jogador, que vem sofrendo horrores. Prova é que após o gol do desempate de Conca, já substituído, saiu do banco para, muito emocionado, pedir desculpas a Muricy pelo gol claro que perdera diante de Ceni.

***

Como no ano passado, com o Flamengo, o Fluminense assume o primeiro lugar depois de empatar em casa com o Goiás, dando toda a pinta, nos dois casos, que o tropeço tinha selado a sorte da dupla.

Para o Flu, por enquanto, representou só mais um passo. Mas o gol de pênalti de Conca domingo passado, tido como indiferente por tricolores abatidos, é agora o responsável pela liderança isolada do Flu.

***

Um desfile de camisas do Flu, domingo na hora do almoço, embelezava a Cidade Maravilhosa, anunciando que o dia seria até o fim tricolor. Na Urca, onde estive, torcedores animados se cruzavam a todo instante, conversando animadamente sobre o jogão de horas depois.

- Será 4 a 1 Fluzão, hein? – disse a um que ia em direção ao Pão de Açúcar

- Que nada! Será 4 a 0. O São Paulo irá entregar – respondeu-me, ajeitando seus óculos escuros.

- Não, será 4 a 1 mesmo, mas a entrega será nossa, com um show de disposição em campo.

Há (dezenas de) testemunhas.

Entre eles, taxistas que iniciaram uma resenha particular após o meu pitaco preciso.

***

Enquanto em alguns lugares os fantasmas se divertem; nas Laranjeiras eles votam.

É lá também que os sócios com suas mensalidades em dia estão sendo considerados inadimplentes.

Está pintando um vale-tudo na eleição presidencial do Flu.

Alô, Ministério Público!

***

“No ano passado, a torcida deu uma verdadeira lição de como apoiar uma equipe. É por ela que suaremos sangue para trazer a taça para as Laranjeiras”.

Estátua para Conca já!

__________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

Congraçamento tricolor

 

qui, 18/11/10
por joao marcelo garcez |
 

 

- Ruídos evolam minha inspiração.

Era Gravatinha, mergulhado nas profundezas de suas agruras, ainda inconformado com o empate do Fluminense no fim de semana.

- Meu amigo – disse a ele –, até minha gata Prince sabe que nada, nada mesmo, é fácil para o Fluminense.

Coisa alguma parecia consolar a pobre criaturinha.

- Precisava jogar tão mal aquele primeiro tempo…

- Não lhe reconheço… Onde está aquele Gravatinha altivo, confiante, velho parceiro de tantas e tantas jornadas sobrenaturais?

- Ruídos evolam minha inspiração – repetiu ele.

Bisei a tentativa.

- Querido amigo, dentro de cada um de nós existe uma força que nos impulsiona a perseverar em qualquer circunstância. Instigue-a!

Estranhava aquela alternância de papéis. Era ele, Gravatinha, quem sempre se achegava com uma palavra sábia, amiga e, principalmente, revigorante.

- Levanta, cara! Levanta!

Gravatinha estava arrasado. Com um terno preto, desbotado, sua expressão era desalentadora.

- Não está acabado – eu insistia.

Homens; mulheres em sedas e brocados. Vimo-nos cercados. Eram milhares, milhões.

- Estandartes de luz – exultou.

- Irradiações específicas e deslumbradoras. Sois Flu. Todos, todos!!!

- Se nos perguntarem o que temos para o tri, nós diremos: a tradição que dá autoridade e a predestinação para a glória.

Vozes incontidas faziam daquele um cenário feérico, com feixes pontificando nuvens brancas e grenás.

A feição de Gravatinha mudara com a velocidade de quem é tomado por uma alegria arrebatadora. Bradou:

- O Flu representa com fulgor o futebol do Brasil.

Solitária exceção, um, unzinho só, não compartilhava da festa.

- Estou a trabalhar.

- Em quê? – alguém indagou.

- Na mais fantástica crônica de todos os tempos.

E empurrou o rolo de sua máquina surrada de escrever.

***

Foto: Alexandre Lima.

***

Graças ao seu voto, o Blog do Flu está na grande final do Prêmio Top Blog, da Internet (Top 3), razão por que este colunista, pela primeira vez, se vê absolutamente sem palavras para externar o tamanho de seu agradecimento a você, que ajudou a colocar este espaço no topo dos blogs mais visitados da Web (categoria esportes).

O grande vencedor será conhecido numa grande festa em São Paulo, dia 18 de dezembro. Estarei lá, representando não só o Fluminense, mas os milhares de leitores que há anos me honram com o carinho da audiência, fazendo deste um cantinho aconchegante e inteiramente familiar.

A você, querido leitor, o meu muito, muito obrigado! Do tamanho do Flu!

***

Escolhido pela torcida tricolor, Conca está na disputa para arrebatar, de novo, o Prêmio Craque da Galera, que elege o melhor do Campeonato Brasileiro, através do voto popular.

Sabe tudo e mais um pouco.

***

Alvíssaras! Finalmente, a eleição presidencial foi marcada nas Laranjeiras, que completa hoje 90 anos.

Será no próximo dia 30, uma terça-feira, dois dias depois da penúltima rodada do Brasileiro.

Mauro Carneiro renunciou à sua candidatura, e a briga ficou mesmo bipolarizada entre os candidatos Júlio Bueno e Peter Siemsen.

Para conferir as entrevistas que fiz com os presidenciáveis, acesse a categoria “Entrevistas”, à direita da coluna.

***

Com o nick de Diptyf, produtor anônimo postou no YouTube fantástica paródia de um comercial da Quilmes, sob o título de “Bendito Fluminense”.

O resultado é incrível. Um vídeo que vai fazer você vibrar da cadeira.

https://www.youtube.com/watch?v=m4_J4QUUE18

***

Primeiro portal jornalístico do mundo voltado exclusivamente ao universo dos bichos, a ANDA difunde na mídia os valores de uma nova cultura, mais ética e preocupada com a defesa e a garantia dos direitos animais.

www.anda.jor.br/

***
Petição online para a criação da Primeira Promotoria de Defesa Animal no País.

Assine aqui: https://www.peticaopublica.com/?pi=aprap

***

Gum, que cumpriu suspensão, e o volante Diguinho, preterido por opção tática domingo passado, voltam ao time contra o São Paulo, em Barueri. O zagueiro substitui André Luiz. Já Diguinho deverá fechar o meia com o colombiano Valencia. Fernando Bob sai.

Mas a grande notícia mesmo é a possível entrada de Émerson (foto), ausente desde o Clássico Vovô do returno, quando também voltava de longa inatividade. Pela primeira vez no campeonato, Deco, Conca, Émerson e Fred deverão atuar juntos. Mas, pendurados, Conca e Fred devem se cuidar para não desfalcar o time contra o Palmeiras, sete dias depois.

***

Em um ano marcado por lesões em série, a hora e de superar tudo e dar a vida nos embates finais.

Vai dar, sim, Fluzão!

__________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.

En las manos de Dios

 

dom, 14/11/10
por joao marcelo garcez |
 

 

Numa rodada marcada pela polêmica (leia-se o pênalti discutível em Ronaldo), o Fluminense deixou a ponta do Campeonato Brasileiro, mas segue com grandes chances de ficar com a taça. Na próxima rodada, a antepenúltima, o Corinthians, novo líder com 63 pontos (um a mais que o Flu), vai a Salvador enfrentar um ameaçadíssimo Vitória, num Barradão lotado, desfalcado de Bruno César e Dentinho, suspensos com três amarelos.

Além da ausência de dois de seus principais jogadores, pesa ainda contra o Corinthians o fraco retrospecto como visitante (venceu apenas duas vezes fora do Estado de São Paulo). Se voltar a tropeçar, Antônio Lopes, último técnico campeão brasileiro com o Corinthians, hoje no Vitória, poderá ter tido parcela considerável de cooperação no impedimento a nova conquista.

Já o Fluminense também tem um adversário respeitável pela frente – o São Paulo, de Paulo César Carpegiani. Com a diferença que o time paulista já não aspira mais nada no campeonato – as últimas chances de ficar com uma das vagas na Libertadores se esvaíram com o empate em São Januário e a vitória do Atlético-PR –, como reconheceu o próprio treinador, ao dizer que resta um fim de ano digno ao clube.

Aposto em vitória do Flu e empate em Salvador.

***

Vitória que não veio contra o Goiás, mesmo diante de quase 37 mil tricolores, o melhor público do Engenhão no ano, abrilhantado pela presença da ilustre Fernanda Montenegro. “Não dá pra explicar meu amor pelo Flu. Eu sinto e pronto”.

Travado no primeiro tempo (a barração de Diguinho foi um equívoco, corrigido depois), vencido pelo Goiás com um gol de Rafael Moura em boa fase, o Fluminense teve uma atuação irretocável no segundo tempo, encurralando o time goiano em seu campo de defesa, com jogadas de fundo, explorando seus laterais Mariano e Carlinhos, que vacilou no gol adversário. No ataque contra defesa em que se transformou o jogo o grande pecado se deu justo nas finalizações, principalmente com Fred, em campo até o fim, e Washington, que substituiu Tartá.

Coube então a outro atacante, Rodriguinho, última cartada de Muricy no jogo, o lance que reacendeu a torcida, ao sofrer o pênalti, convertido por Conca, de quem não deveria ter sido retirada a faixa de capitão – ao menos neste campeonato, em que é, disparado, o principal jogador do time.

O gol do meia argentino, em que pese a perda da liderança, pode fazer toda a diferença no seqüência do campeonato. Tivesse o Flu saído de campo derrotado, nem mesmo o empate entre Vitória e Corinthians poderia lhe ser favorável. Neste caso, a briga descambaria para os critérios de desempate (vitória e saldo de gols), campo onde a disputa entre Flu e Corinthians é muito parelha.

Ao contrário do sentimento da maioria, o balaço de Conca, aos 38, pode ter sido decisivo para tricampeonato tricolor.

Quem viver verá!

***

Valeu o toque, Cuca!

__________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Blog do Flu no Twitter: @blogdoflu

Esta coluna é publicada duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), sempre nos dias seguintes aos jogos do Fluminense.